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domingo, 30 de maio de 2010

Saúde mental


O dia de domingo, normalmente, é um dia contraditório: algumas pessoas amam, outras odeiam! Muitas acham que é um dia nostálgico, outras o consideram parado, enquanto outras aproveitam para descansar e relaxar.
Seja qual for o significado do domingo para você, leitor desse blog (tem algum leitor aqui? Rs), a usar um tempinho desse dia para refletir sobre a saúde mental...
Acredito que a mente comanda 99% das nossas funções corporais: uma mente triste, preocupada, desajustada, com certeza emanará essas energias para suas células, e consequentemente, sua função metabólica será alterada formando então o que chamamos de doença física.
Por sua vez, pensamentos de positividade, otimismo, alegria fazem exatamente o mesmo, só que influenciam as células a metabolizarem saúde. E não é apenas isso, o fato de ser uma pessoa flexível, disponível a mudar já constitui uma forma de manutenção da saúde: todos temos problemas, mas a forma de lidarmos com eles é que nos transformam em pessoas doentes ou saudáveis.
Como é difícil transformar nossos pensamentos... Sim, eu sei, mas vamos exercitar! Os florais, a aromaterapia, a cromoterapia, entre outras terapias podem ajudar nesse aspecto, mas hoje, deixo um texto da escritora Martha Medeiros que saiu hoje na Revista do jornal "O Globo" aqui do Rio de Janeiro:

"Saúde Mental

Acabo de saber da existência de um filósofo grego chamado Alcméon, que viveu no século VI a.C., e que, certa vez, disse que saúde é o equlíbrio de forças contraditórias.
O psicanalista Paulo Sergio Guedes, nosso contemporâneo, reforça a mesma teoria em seu livro ("A paixão, caminhos & descainhos", em que ele discute os fundamentos da psicanálise). Escreve Guedes: 'A saúde constitui sempre um estado de equilíbrio instável de forças, enquanto a doença traz em si a ilusória sensação de estabilidade e permanência'.
Não sei se entendi direito, mas me pareceu coerente. O sujeito de boa cuca não é aquele que pensa de forma militarizada. Não é o que nunca se contradiz. Não é o cara regido apenas pela lógica e que se agarra firmemente em suas verdades imutáveis. Esse, claro, é o doente.
Do nascimento à morte, há uma longa estrada a ser percorrida. Para atravessá-la, recebemos uma certa munição no reduto familiar, mas nem sempre é a munição que precisávamos: em vez de nos darem conhecimento, nos deram regras rígidas. Em vez de nos ofertarem arte, nos deram apenas futebol e novela. Em vez de nos estimularem a reverenciar a paixão e o encantamento, nos adestraram para ter medo. E lá vamos nós, vestidos com a camisa de força emocional, encarar os dias em total estado de insegurança, desprotegidos para uma guerra que já começa dentro da própria cabeça.
Armados até os dentes contra qualquer instabilidade, como gozar a vida?
A paz que tanto procuramos não está na previsibilidade e na constância, e sim no reconhecimento de que ambas inexistem: nada é previsível nem constante. E isso enlouquece a maioria das pessoas. Quer dizer que não temos poder nenhum? Pois é, nenhum.
É um choque. Mas o segredo está em acostumar-se com a ideia. Só então é que se consegue relaxar e se divertir.
Ou seja, a pessoa de mente saudável é aquela que, sabedora da sua impotência contra as adversidades, não as camufla, e sim as enfrenta, assume a dor que sente, sofre e se reconstrói, e assim ganha experiência para novos embates, sentindo-se protegido apenas pela consciência que tem de si mesmo e do que a cerca - o universo todo, incerto e mágico.
Acho que é isso. Espero que seja isso, pois me parece perfeitamente curável, basta a coragem de se desarmar. O sujeito com a mente confusa é um cara assustado, que se algemou em suas próprias convicções e tenta, sem sucesso, se equilibrar em um pensamento único, sem se movimentar.
Já o sadio baila sobre o precipício". (Martha Medeiros)

E com as palavras maravilhosas de Martha, desejo a todos uma excelente semana!

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